sábado, 16 de julho de 2011

Fooogo, Foscasssssssss, caraaaaças!

Junho foi um mês de estudo aqui em Leiria, época de frequências e entrega de trabalhos. As residências sempre cheias de estudantes, a fazer trabalhos e a estudar para as frequências. Tudo que não estudei durante todo o semestre, acabei estudando no final. Acho que nunca estudei tanto, pois marketing realmente exige bastante, mas é um dos cursos mais fáceis segundo alguns comentários. No entanto, as frequências foram tranquilas, assim como os trabalhos, agradeço aos meus colegas por me ajudarem nestes processos. Já recebi os resultados e passei em todas que eu precisava, ja estou satisfeito, então, no melhor estilo português, fodasssse caralho!! ;D

Claro que não passei o mês somente estudando. Joguei futebol com os meus colegas e tambem aqui nas resodencias, com a malta de Cabo Verde. O pessoal joga muito bem aqui, o que deixa os jogos bem interessantes e divertidos.

Neste mês, formamos uma banda aqui nas residencias, formada por mim, pelo Artur e pelo Albano. O nome da banda não é oficial, mas costumamos chamar de "Os Albanos". :D Gravamos 3 músicas para participar de um concurso de bandas daqui, mas infelizmente acabamos não participando, pois a banda não tinha conhecimento de que um dos integrantes (eu) iria embora no fim de julho. Mesmo assim, foi muito divertido fazer um som com o pessoal, que além de serem pessoas fixes, tem muito talento musical. Quem sabe um dia, Os Albanos não vão fazer uma turnê no Brasil!



Um mês de namoro virtual, que é algo que fiz bastante, pois é a forma mais próxima que encontramos para ficar mais perto um do outro. Bem, quando eu voltar, espero ficar um bom tempo sem acessar o msn, pois já estou de saco cheio desse meio de comunicação, mas aguento mais um pouco... Saiu até uma canção :)



Eu e o Jonas gravamos um video com a música "meu amigo", da Braguilhas Abertas, para matar um pouco a saudade de fazer um som, como também aproveitar a distância para fazer algo divertido.



Tenho mais alguns dias em Portugal, já estou preparando algumas coisas para o retorno, como administrar o espaço na mala, que é muito importânte. Em breve postarei aqui meu último post desta experiência em Portugal.

Positividade à todos!

domingo, 26 de junho de 2011

Ir à praia de boleia...

Um fim de semana quente, com um sol lindo, me levou a realizar um programa adequado, ir para o litoral. A praia mais próxima é São Pedro de Moel, que fica cerca de 30 km de onde estou. Decidi que iria, mas de uma forma mais divertida, uma vez que estava sozinho, nada melhor que ir para estrada pedir carona (em Portugal, diz-se "boleia"), que além de se economizar alguns trocados, é uma ótima oportunidade para conhecer pessoas legais, pois não é qualquer um que costuma parar e oferecer carona. Sentei na rotunda que ligava à estrada para São Pedro, com uma placa escrito "beach" e tocando bandolim. Não sei o tempo exato que levou para o primeiro carro parar, pois ficava tocando e de acordo com o movimento ao tocar, levantava o famoso DEDÃO, mas creio que durou 30 minutos. Peguei minhas coisas, atrapalhado, e corri para o carro, de uma família de brasileiros, que em breve, assim como eu, estarão de volta ao nosso querido país. Me deixaram na Marinha Grande, onde teria de pedir outra carona, pois ainda faltavam 10 km. Segui em frente, com a placa a vista, até que alguém parou, mas não era um carro, desta vez era uma bicicleta. Victor, um espanhol que trabalha no IPL parou, e me ofereceu carona.



A tarde foi agradável, tomei o banho mais gelado da minha vida. Não havia muito sol, o que proporcionou uma tarde sem muito calor. A volta foi o mesmo processo, mas dessa vez, a placa dizia Leiria, como também, me deixaram à porta das residências, pois tive a sorte de encontrar um pessoal que trabalha no IPL, que param e me ofereceram BOLEIA!
Viajar de boleia é algo muito divertido, se você nunca teve a oportunidade, experimente, mas toma alguns cuidados, principalmente se fores uma rapariga. O detalhe mais importânte é ter confiança e convicção, inspirando os motoristas que passarem por nós, ahh, outro detalhe importântíssimo, é estar de bem com seu anjo da guarda!

No outro final de semana, tivemos feriado na sexta, Então resolvemos aproveitar e fazer um pic-nic na praia da Polvoeira, Dinko (Croácia), Gui (Brasil), os churrasqueiros da foto ao lado, e eu. Encontramos na praia meus colegas de Marketing, Paulo e Diogo, praticando Swinboarg, cujas pranchas estão ao lado. Fiz meu assado vegetariano, com courget (abobrinha), que ficou muito saboroso. Também tentei praticar swimbord, mas não tive sucesso, como acabei magoando minha canela. Tivemos de ir embora mais cedo, pois Dinko sofreu leves queimaduras no pé, ao transportar a churrasqueira, mas no outro dia já estava melhor.

No Sábado, fui novamente pra praia a convite do Francisco, meu colega no curso de Comunicação. Ele possui casa numa praia tranquila, Pedra do Ouro, onde me convidou para passar a noite. Seu pai nos levou para comer um peixe preparado tipicamente à portuguesa. O Francisco e sua família, são pessoas muito legais (fixes), pois além de me receberem muito bem, tive boas aulas de história portuguesa e de música com eles. No outro dia, aproveitamos um pouco do sol e regressamos a Leiria. De volta às residências, programei uma noite especial, mas percebi que havia dado uma mancada, devia ter me programado melhor, mas enfim, o importânte é que está tudo bem agora, e não quero que saibam o que aconteceu, nem mais falar nisso!




Minha volta está se aproximando, faltam 30 dias, as aulas estão acabando aos poucos, sem tirar os exames é claro. E o som? Bem, ele continua me guiando, mostrando o caminho, que nem sempre é claro. Quando paro em frente ao mar, do outro lado do oceano, vejo um caminho de muita vibração positiva, me atraindo, me chamando, mas não tenho condições de seguir nadando, talvez até iria com um barquinho, porém, o mais indicado é esperar, e ir de avião mesmo...
Descobri que meu blog não é só lido pelo meu pai e minha tia, mas também pela minha namorada! Que assim como eu, passa por momentos difíceis, de saudade, dúvidas, incertezas, enfim... Quatro mêses longe é bastante tempo, mas conseguimos resistir, pois acima de tudo, a base de uma relação, esta na parceria e na sinceridade! Então, dedico a ela meu post... Eu te amo Taiana!

sábado, 18 de junho de 2011

Paris..

Fui até o Porto para pegar o avião até Paris. Lá fui recebido pelo grande amigo Marcelo, presidente da Ong Abaquar. Ao chegar, ele já me apresentou alguns pontos turísticos de Paris, que é realmente uma cidade muito linda, principalmente à noite. O Marcelo mora em Gif-Sur-Yvette, um lugar tranquilo e agradável, situado a 30 km de Paris. Foi de lá que parti na sexta-feira de manhã, para desbravar esta famosa cidade europeia.




Minha primeira parada foi na cidade universitária, onde situa-se a universidade e as residências de estudantes do mundo inteiro. A seguir, fui conhecer o cemitério Lachesse, parecia mais uma pequena cidade, com ruas, grandes túmulos, um ambiente bem tranquilo no meio do caos parisiense. Lá estão enterrados pessoas muito populares, como Alan Kardek, Sara Benhard, Chopin e Jim Morisson, sendo que só encontrei as três últimas. Com certeza a mais interessante é a do frontman do The Doors, pois havia uma árvore com várias mensagens de fãns, proteção para o público não avançar no túmulo e é claro, alguns admiradores do trabalho do cantor. Depois do cemitério, passei pelo Notredame para ver o corcunda, mas ele não estava por lá. Então fui a casa do músico Robertinho Chaves, um grande artista brasileiro que vive na França, mostrando a cultura brasileira para o pessoal daqui. Iríamos combinar sobre o show da festa do Abaquar, que aconteceria no sábado. Fiquei muito feliz em ver pessoas muito talentosas, a divulgar o melhor da música brasileira. Após o ensaio, acompanhei alguns músicos da banda, que tinham que resolver assuntos musicais. Fiquei atento ao relógio,a partir das 18 hs, o museu do Louvre estava livre ao acesso de estudantes. Então fui ao Sacré croir, onde pode-se ver toda a cidade de Paris do alto e em seguida ao museu do Louvre. O museu é realmente muito grande e lindo. Muitas obras de arte incríveis, atingindo tamanha perfeição, outras de valor histórico enorme. Dei prioridade as pintores italianos e os setores da Grécia e Egito. Na ala das pinturas, percebi um aglomerado de pessoas, em frente a um quadro pequeno em relação aos outros, o que seria? Pois era ela, a estrela do Louvre, a Monalisa. Antes de voltar para a casa do Marcelo, queria pegar um pôr do sol na Torre Eiffel. Cheguei enquanto a torre proporcionava um magnífico show de luzes, que hipnotizava muitas pessoas deitadas ao gramado do Camp de Mars, brindando a chegada da noite.




O sábado foi um dia dedicado a preparação da festa do Abaquar. Preparar a comida (feijoada, couve, caipirinha, etc), decorar o salão do castelo, montar o som, enfim, tudo que é preciso para uma boa festa brasileira, contando com a ajuda da família do Abraquar da França. A festa foi muito linda, a comida estava ótima, assim como as apresentações. Robertinho botou os franceses para requebrarem, uma bailarina dançou como se fosse um Carnaval e dois capoeiristas mostraram suas habilidades no centro do salão, até eu tive o privilégio de participar tocando algumas canções, representando o Abraquar Brasil! Sentia muita saudades do pessoal ao olhar as fotos expostas pela festa, mas em breve estarei de volta para continuar a trabalhar com meus grandes companheiros e meus alunos queridos. Ao fim da festa, um mutirão para desmontar tudo e levar de volta pra casa, deu trabalho, mas o domingo foi realmente um dia sagrado e dedicado ao descanço, estávamos exaustos, lembrando que era o dia das mães na França.




Segunda-feira eu ainda queria visitar alguns lugares em Paris, para aproveitar a luz do sol. Almoçei com o Marcelo e em seguida fui me preparando para ir ao aeroporto. Chegando lá, o susto, havia confundido o horário do vôo. Na hora que percebi isso, fiquei em choque. Então fui ver como poderia fazer para comprar novas passagens, acessei computadores do aeroporto de Beuvais (aeroporto da empresa aérea Ryanair), mas não era possível comprar passagens, pois dava erro, então resolvi comprar nos guichês, onde as passagens eram mais caras, mas eu não tinha outra opção. Me surpreendi, não somente com o preço, mas que eles não me dariam a passagem, teria de arrumar algum lugar para imprimi-la, mesmo sem conhecer nada nos arredores. Enfim, ninguém parecia disposto a me ajudar, eram pessoas frias, que pareciam máquinas que seriam desligadas ao fim do dia. No dia seguinte eu iria ao Marrocos com meus colegas brasileiros, mas estava perdendo as esperanças de conseguir chegar a tempo de pegar o avião. Tive de dormir no aeroporto, ou melhor, fora dele, onde fazia frio e estava chovendo. Não sofri em relação às condições do tempo, pois encontrei um lugar interessante para dormir, onde dormiam outras pessoas que voariam pela manhã. Realmente eu não sabia o que fazer, não tinha como me comunicar. Queria deixar aquele inferno (aeroporto), resolvi voltar a Paris na manhã seguinte. Apesar de tanto azar, resolvi pedir carona para voltar e consegui, com um marroquino. Ele se chama Ahmed e esteva levando sua irmã ao aeroporto, pois ela viajaria ao Marrocos, quanta coincidência. Foi divertido conversar com ele, que falava alguma coisa de inglês, me pagou um café e me deixou numa estação do trem, pois decidi que voltaria de comboio para Leiria. Deixei um disco de presente para meu novo amigo, pelo que fez por mim. Em Paris, as coisas estavam muito melhores, as pessoas me ajudavam, começei a falar algumas palavras em francês, pedindo informações. Me informei sobre a partida do comboio, preços e horários. Então tive de atravessar a cidade, pois os comboios para os países do sul saiam de outra estação. Fiz o caminho a pé, para me despedir da cidade, passei por bairros onde haviam muitos povos diferentes, como indianos, muçulmanos, japonêses, entre outros. Mas minha cabeça estava cheia, devido a preocupação dos dias anteriores, foi uma experiência forte para mim, em que repensei muitas coisas em relação a vida, as pessoas, o capitalismo, me xinguei muito, mas depois, estava tudo em paz, tiva sorte de ter dinheiro o suficiente para voltar, ter passado por situações agradáveis e força para encarar essa barra. Resolvi não envolver ninguém nesse erro que cometi, queria sair dessa exatamente como entrei, tentei entender o motivo de eu achar que o vôo era no outro horário, mas não achei explicação, então deixei estar, tenho que seguir em frente sem me lamentar, mudei meus planos, minhas viagens, mas esta sendo muito positivo, posso dizer que apesar de ser um desastre, me considero uma pessoa abençoada por tudo que eu passei até agora, e vai ser com esse pensamento positivo, que vou seguir os caminhos som.



Quero agradeçer e parabenizar a família Abaquar França, principalmente ao Marcelo, por ter me acolhido tão bem enquanto estive lá. Foram momentos muito lindos, que com certeza encheram meu coração de alegria e deixaram boas lembranças. Espero que a família Abaquar aumente cada vez mais, com pessoas dedicadas e com muito amor para dar e receber, pois é isso que precisamos para crescer num ambiente saudável.



Confesso que estou um pouco cansado de escrever o blog, por não levar muito jeito para isso, mas sei que meu pai e minha tia ainda costumam ver e me pedem para continuar escrevendo novidades, então quero dedicar a eles e dizer que tenho muitas saudades! Em alguns dias estou de volta :)

terça-feira, 24 de maio de 2011

Semana Acadêmica

Aqui a semana acadêmica é diferente do Brasil, onde temos uma série de palestras e workshops, em Portugal tem muita festa com atrações nacionais e internacionais. Fui ao primeiro dia de festa, onde ocorreu a serenata, no domingo. Os caloiros vestiram pela primeira vez o seu traje acadêmico. Então, estavam todos trajados, veteranos e caloiros, preservando esta tradição. Na terça tive o jantar do meu curso, mas não acabei indo aos shows da noite. Quarta foi o famoso desfile da cerveja, onde litros e mais litros foram derramados por toda a cidade. Eu não iria participar, até que fui surpreendido pelos meus colegas enquanto filmava o carro do meu curso. Deixei minha câmera com minhas colegas do Brasil que estavam a me acompanhar, e subi pro carro para tomar aquele banho e ficar todo grudento, a cidade cheirava a cerveja . Fui somente na Sexta-feira novamente ao recinto onde ocorria a semana acadêmica, assistir a um show de uma banda portuguesa de hard core muito conhecida aqui, os Tara Perdida.




Fátima

Na outra semana voltei a caminhar, desta vez até Fátima, que fica a 20km de Leiria, mas pegamos um caminho errado e andamos 10 km a mais. Foram 5 horas e meia caminhando, saindo as 5 da manhã. O caminho era bonito, entre as montanhas, o que fez valer a caminhada. Fátima é um lugar muito visitado por muitas pessoas, pois há uma história sobre a aparição de Nossa Senhora de Fátima para 3 crianças, onde tornou-se então, um local sagrado, onde a principal atividade é o turismo e comércio religioso. No dia que fomos, 13 de maio, estava sendo celebrada a aparição, por isso havia muitas pessoas, pagadores de promessas e peregrinos. A volta foi de autocarro, pois tinhamos que chegar a tempo de assistir as aulas.


Formatura


No dia seguinte estivemos prestigiando a celebração dos finalistas, que terminariam o curso ao fim do ano letivo. Todos vestiam seus tradicionais trajes acadêmicos e receberiam a pasta com suas fitas. Para o azar dos finalistas, fazia muito calor, uma vez que seus trajes eram pretos. As fitas são recordações, onde cada finalista escolhe pessoas para escreverem uma dedicatória na mesma. Eu tive a oportunidade de escrever um para meu grande amigo e vizinho Zé. Achei muito interessante esta tradição, pois é uma linda recordação dos tempos acadêmicos, em que os estudantes vivem como irmãos, dividindo residências, longe de suas famílias. Nada melhor que o discurso do colega Faisca!




Erasmus Day

No último sábado, participamos da excurssão organizada pelo IPL para os Erasmus. Nós, apesar de não sermos Erasmus (intercâmbio entre estudantes europeus), somos intercambistas, então estávamos convidados para o passeio. Visitamos algumas belas praias portuguêsas (São Pedro de Moel, Nazaré e Peniche), ofereceran-nos um delicioso almoço, cantamos enquanto estávamos no autocarro, isso me lembrou muito as excursões dos tempos do colégio. Era lindo de ver aquele autocarro, com pessoas de todos os tipos, europeus, americanos, africanos, todos felizes e celebrando a amizade. Muito obrigado ao IPL por este momento de integração.


Maio também foi um mês de aniversários de alguns amigos e colegas, como também em Leiria, acontecia a Feira de Maio, com parque de diversões e muitas lojas de artesanato, entre outros. Nesta segunda-feria, nossa colega Taís nos deixou, pois teve de voltar ao Brasil para resolver alguns problemas. Estamos todos torçendo para que dê tudo certo. Para nós que ficamos, ainda restam 2 meses, o tempo passou rápido e creio que vai passar mais ainda nestes próximos meses, pois serão dias de muitas viagens. Nesta semana estou indo a Paris, visitar o amigo Marcelo que está organizando a festa do Abaquar no sábado, já que é o presidente da ong. Em seguida, já fico no aeroporto rumo à Marrocos. Após as viagens, virei registrar no blog alguns momentos dos passeios.

Desejos a todos, dias de muita positividade e força para ir atrás de seus sonhos!

domingo, 8 de maio de 2011

Saint James Ways - Espanha

Na manhã seguinte, cruzei a fronteira, entrando em território espanhol, na região da Galícia, uma região com interesses em separar-se da Espanha. A cidade chama-se Tui, onde muitos peregrinos escolhem por começar a jornada do Caminho Português. Já pude notar mais pessoas e uma diferença na sinalização do caminho, que era feito com um desenho de uma concha. Encontrei dois casais de canadenses, com os quais já haviam me encontrado em albergues anteriores. Segui na companhia deles, o que foi muito importante, pois aquela era a pior parte do caminho, pois o caminho, apesar de ser mais antigo, passava por uma zona industrial, mas foram apenas 6 km. Ao fim do caminho, tivemos de nos abrigar em uma parada de autocarro, pois começou uma chuva muito forte. Ao fim da tarde, alcancei o albergue da cidade de Redondela, que era muito bonito, num estilo antigo e com exposições artísticas no seu interior.


Não foi possível evitar a chuva no outro dia, estava caindo toda a manhã e eu, assim como todos, queríamos seguir em frente. Já não sabia que dia da semana era, me surpreendendo ao falar com um finlandês no caminho, que me disse que era sexta-feira santa. A chuva caia, estava esfriando e eu estava com muita fome, pois não consegui comprar o pequeno almoço (café da manha), já que era feriado e tudo estava fechado. Passando pela cidade de Pontevedra, consegui comprar um pão muito saboroso, que comi no albergue da cidade, mas queria esperar a chuva acalmar e seguir em frente. Cheguei num albergue improvisado, numa pequena vila, onde haviam apenas colchões para dormir, mas para o banho, uma boa água quente. Fui até o bar mais próximo e comprei um bocadillo, que foi minha janta e meu café da manhã. Chovia muito neste dia, por isso, não quis seguir adiante. A maioria dos peregrinos que via o pequeno albergue não ficava, pois não era confortável, mas ele encheu, já que muitos queriam se abrigar da chuva. Minha noite não foi muito boa, pois não estava confortável e fazia um pouco mais de frio.


Sai com chuva novamente, me perdi, tive de voltar, mas estava dando tudo certo. Minhas mãos estavam perdendo o sentido por causa da chuva e do frio, restando 50 km para chegar em Santiago de Compostela. Passei por Caldas de Reis, onde ganhei uma maçã numa fruteira e encontrei uma fonte de água quente, que são muito comuns nesta cidade. Lavei minhas mãos para esquentá-las e bebi daquela água para me aquecer. Me sentia melhor e pronto para continuar a caminhada até a cidade de Padrón. Este caminho era muito bonito, o melhor desde que entrei na Espanha. Já não chovia tanto, pois o sol ensaiava para brilhar novamente. Meu objetivo era chegar até Téo, 15km de Santiago, mas acabei ficando em Padrón, 25km, para descansar e me recuperar da noite anterior, sem falar que tive sorte pois só haviam alguns lugares, e não queria perder esta oportunidade. Neste albergue conheci mais pessoas, principalmente portugueses, sendo que foi ai que consegui minha boleia para regressar à Leiria.


Os últimos 25km foram percorridos com a presença do sol. Percorri sozinho até encontrar dois casais espanhóis, que estavam no albergue em Padrón. Fomos juntos pelos quilômetros finais até chegar em Santiago. Ao chegar na cidade onde acabava o meu caminho (pois há inúmeros caminhos para continuar), encontramos muita gente, devido ao feriado religioso, sendo esta cidade muito destinada nesses dias. Em frente a catedral de Santiago, senti algo estranho, pois haviam muitos peregrinos, parecendo que havia acabado a jornada, mas não era isso que eu queria, a jornada não poderia ter fim. Então resolvi seguir, fui atrás da minha boleia para voltar a Leiria. Fui até a catedral para procurá-los. Chegando lá, encontrei duas amigas que fiz no último albergue. Sentei junto delas e fui ligar para o pessoal. Não encontrei meu telemóvel, descobri que havia deixado no último albergue. Para minha sorte, minhas novas amigas voltariam até lisboa e me ofereceram boleia.

A volta foi outra sensação estranha. Comboio, carro, era tudo tão diferente daquela semana intensa pela qual passei, no ritmo da natureza, o meu ritmo. As paisagens eram lindas, sendo que por elas que eu havia passado a alguns dias atrás, bosques, montes, aldeias, vilas, enfim. Fizemos um bom retorno, com parada em Paredes de coura, onde fomos muito bem recebidos. Agradeço à Jutdite e a Tereza pela ajuda no retorno, pessoas de coração muito bom. Não posso esquecer de todas as amizades que fiz ao longo do caminho, seja simplismente por estarem na mesma direção, com o objetivo de caminhar, como diz meu amigo Conrado em sua música "Liberdade dos pássaros": "ansioso para chegar ao destino sem saber que o melhor é percorrer o trajeto". Meu destino é o meu próximo passo.

O caminho foi uma viagem além do próprio caminho, pensando em muitas coisas, as vezes em nada, lembrando, esquecendo, ao som do canto dos pássaros, da água correndo pelas fontes, num mantra contínuo, que trazia paz ao espírito. Tem coisas que não consigo descrever, o que senti, nem o que passei, mas quero continuar neste caminho, por este mundo afora, aproveitando a vida, vivendo o presente, o agora!

domingo, 1 de maio de 2011

Saint James Ways - Portugal

Sai na sexta-feira rumo ao norte do país, para a cidade do Porto. Consegui uma boleia (carona) com um colega do curso de Marketing, o Dinho, que vive em Viana do Castelo, uma cidade da costa próxima ao Porto. Chegando na cidade, fui atrás de um albergue, barato de preferência. O primeiro que fui conferir, foi o mais barato que encontrei, mas li que havia residenciais mais baratos, então passei horas a caminhar pela cidade atrás de albergue, aproveitando também, para conhecer o sítio. Voltei para o albergue primeiro, cansado de caminhar, pois sairia na manhã, então precisava descansar.

Acordei as 8 horas, arrumei minhas coisas e fui para Sé do Porto, onde iniciei minha caminhada. O caminho é guiado por flechas amarelas, pintadas em lugares como postes e muros. No início já me perdi, mas voltei e dei continuidade. Passei por lugares muito giros no Porto, até alcançar as vilas e aldeias, que eram mais sossegadas para uma boa caminhada. No caminho, colhi alguns kiwis e bebi água de fonte, passei por ruas estreitas e lindo campos até chegar em Vilarinho, 22km depois, onde parei e me abriguei no primeiro albergue de peregrinos, pois estava um pouco cansado. Neste albergue, encontrei alguns peregrinos, de vários lugares do mundo, pude praticar meu inglês e saber um poucos de outras culturas.

No segundo dia, já recuperado e disposto, continuei minha caminhada rumo ao próximo destino, a cidade de Barcelos. Cruzei por pontes, e muitas paisagens rurais, já sendo comum encontrar peregrinos pelo caminho. Passei por São Pedro de Rates para carimbar minha credencial no albergue, que parecia ser muito bom. Já na cidade de Barcelos, tive alguns problemas pois não encontrei os bombeiros voluntários para me abrigarem, então perdi alguns km percorrendo a cidade, até decidir ir para a próxima, que ficava a 10km. Apesar de não me sentir disposto, encarei o caminho, percebendo que o cansaço estava na minha cabeça e não em meus pés. O próximo albergue era muito bom, fui bem recebido e haviam nele muitos peregrinos. Tinha a minha disposição um computador, violão, laranjas e tangerinas, conforto, por apenas 3€.

Sai cedo pela manhã rumo a Ponte de Lima. Meu despertador era os peregrinos, que iam acordando progressivamente, mexendo em suas sacolas e no velcro de suas roupas e mochilas. Apanhei umas laranjas e clementinas (bergamotas, quem sabe nome para outra música, hehe) e segui pelo caminho. Foi neste dia que senti vontade de cantar e gravar uma canção, inspirado pelo belo dia de sol. Creio que este foi o dia mais bonito da minha caminhada, assim como a vila de Ponte de Lima, a mais antiga de Portugal, que possuía lindas praças floridas e construções preservadas. O albergue era muito bom, uma boa recepção dos voluntários que lá trabalham. Duas peregrinas me ofereceram pasta com molho de tomate e feijão, pois fizeram demais, então comi e paguei lavando a louça.

A continuação do caminho no dia seguinte foi acompanhada da chuva, seria o primeiro dia de uma semana chuvosa. Mas isso não impede um peregrino de continuar, como também, não tira a beleza do caminho, pois o sol já havia me queimado, uma vez que faça calor durante o dia. Neste dia, tive que enfrentar um cachorro, que apesar de grande era brincalhão, mas assustava, tive de tocar uma pedra longe para ele ir buscá-la. No meio do caminho, encontrei dois peregrinos alemães, uma avó e seu neto, que já havia encontrado nos outros albergues. Segui com eles o restante do caminho, pelas montanhas num dia muito bonito, onde caminhamos pelas nuvens. Paramos no Albergue de Rubiães, que também disponibilizava conforto para os peregrinos. Após nos instalarmos, iniciou uma chuva forte, que caia por pouco tempo, enquanto ainda chegavam os peregrinos para habitar as camas do albergue.

O dia amanheceu sem chuva, porém nublado, o que seria bom para continuar a caminhada. Segui na companhia de outros alemães (haviam muitos alemães pelo caminho), um casal mais velho, mas que tinham um espírito muito jovem. Eles pretendiam chegar até a Alemanha a pé, pois estavam de férias prolongadas. São eles que aparecem no vídeo da música Raio de Sol e cantando na igreja. Cheguei em Valença, fronteira com a Espanha, para minha sorte, após a chegada iniciou uma chuva forte, mas pude me abrigar ao pé do Albergue, que estava fechado no momento. Nas ruas da cidade de Valença já se ouvia a língua espanhola. Fui até uma vila que fica dentro de uma fortaleza, onde havia muitas lojas e algumas residências.

Em breve postarei a parte do caminho português na Espanha, valeu pelos votos de positividade de todos meus queridos, estou com vocês, assim como quero que estejam comigo, vamos juntos!




quinta-feira, 14 de abril de 2011

Os dias tem passado rápido por aqui, tento aproveitar ao máximo para conhecer bem a cultura do país, uma vez que os meus colegas e os estudantes em geral, vem de muitos lugares de Portugal.

Participei de um arraial organizado pela malta (galera) do IPL em uma praça aqui em Leiria, ao som de música "pimba". Achei muito parecido com as festas de baile do Brasil, principalmente as da região em que vivo.


Nesta mesma semana, recebi a visita de uma grande professora, que veio representar o Brasil na conferência internacional de Marketing aqui no IPL, minha professora da Univates, Elizete Kreutz. Tomamos um chimarrão para celebrar a cultura gaúcha. Conhceci também seu sócio do projeto de Observatório de Marcas, professor Francisco Mas do Chile, que além de ser um grande professor/palestrante, é uma pessoa muito bacana. (me encontre no público)

No sábado fui a um festival de tunas acadêmicas, a Real Festa. Um verdadeiro espetáculo de boa música e muita emoção, onde alguns riam, outros choravam, a ouvir a interpretação dessas equipes muito bem ensaiadas. O tema do festival era os descobrimentos, o Brasil não poderia ficar de fora dessa. O único detalhe desfavorável foi o tempo, pois ficamos das 20 hs até as 2hs, estávamos quase dormindo ao final das apresentações, mas valeu muito a pena, já que foi um show de muita cultura portuguesa.



Terça-feira tivemos um momento de confraternização com os colegas do curso de Marketing, num jantar muito divertido, onde estavam todos muito animados. Foi outra noite cultural, tanto na gastronomia, quanto nos costumes e celebrações ao longo do jantar, que tem o objetivo de integrar os colegas. A seguir fomos ao terreiro (não é de Umbanda), onde os universitários se reúnem para se divertir a noite e tomar alguns baldes (copos de cerveja de meio litro).

No último final de semana fui a um parque de merendas, onde estava a ser celebradocom um churrasco o aniversário de uma colega, o lugar era muito lindo, tive de improvisar meu cardápio, pois churrascos não costumam me apetecer. Durante a noite conversei muito com as pessoas, sobre a cultura dos países e é claro, muita música, que é o que mais me atrai nos povos do mundo.

Tenho praticado caminhadas durante as semanas, pois estou a me preparar para percorrer mais de 200km a pé. No feriado de páscoa, sairei do Porto, rumo à Santiago de Compostela, pelo caminho português. Um percurso que há muito tenho vontade de fazer. Fiquei preocupado para onde ir na Páscoa: Londres, Paris, Milão, Marraqueche? Então, ao procurar por passagens aéreas baratas, eis que surge os Caminhos de Santiago aos meus pensamentos, creio que seja o som a me chamar, para percorrer pelos caminhos do mundo, sentindo a vibração da vida, a simplicidade do caminhar, pensar na vida, meditar, ver belas paisagens, sem se preocupar com o destino, pois é no caminho que estão as mais belas e profundas melodias do universo.

Em breve, publicarei aqui a minha experiência em Santiago, que o som nos guie por caminhos bonitos, onde quer que estejamos, pois se seguirmos o caminho do som, não nos perderemos.

Positividade a todos!

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Sábado, dia 23 de Março, foi um dia de muita caminhada, a Bia estava a nos visitar, vindo de Peniche para renovar o visto na SEF, onde recebos uma notícia ruim, uma multa por estar em Portugal e não ter declarado, pois como diz meu colega Nuno, em tempos de crise, o governo não desperdiça as chances de arrecadar dinheiro, lá se foram 40€, mas não foi nada grave, pelo menos estamos todos saudáveis e aproveitando a nossa experiência em terras lusitanas.


Bia, além de vir para renovar o visto, aproveitou para assistir ao jogo da seleção, portuguesa é claro. Fomos todos acompanhá-la, uma vez que eu nunca tenha visto uma seleção jogar. O jogo foi contra o Chile, uma partida amigável (amistoso) sem muita emoção, que resultou num simples empate com 2 gols. O que me impressionou foi o preço do bilhete, que pagamos apenas 5€, menos de R$15, e mesmo assim, apenas 30% do estádio estava completo, poderia ser culpa da crise pela qual o país esta passando, mas segundo nosso amigo Zé, torcedor do Sporting, os leirienses não são muito ligados ao futebol. No Brasil, certamente não seria assim. Estava eu, a torcer pela seleção portuguesa, com camisa, as raparigas com cachecóis, e todos a gritar num belo sutaque português: Purtugal!! Purtugal!!

Então quem é o Zé? Ele é um português de Pombal, meu vizinho de quarto, músico multinstrumentista e bebedor de chimarrão, o que é raro de ver por aqui, pois todos costumam fazer uma cara estranha ao tomar o nosso peculiar "chá da amizade".

Os dias dessa semana estavam impróprios para sair, com "chuvas de molhar tolo", dias nublados, perfeitos para ficar em casa, comendo, olhando tv, na internet, assistindo filmes. Nesses dias, costumamos sentir mais saudade do que o normal, mas não há muito o que fazer em relação a isso.

Segunda, enfrentamos o tempo ruim, e fomos a uma república de espanhóis, onde moram dois colegas meus, Miguel e Juan, uma vez que o último, estava de compleaños, sendo recebido com uma festa surpresa. Foi bom poder trocar ideias e experiências com o pessoal, que assim como nós, estão em outro país, a conhecer novas culturas e estudar.

Estou um pouco atrasado em relação as postagens, mas estou a enfrentar alguns problemas para reunir fotos, como também formar algo para escrever, sem falar na falta de tempo e um pouquinho de preguiça. Pretendo voltar ao normal e não escrever tanto da próxima.


Muita positividade à todos! :)

sábado, 26 de março de 2011

Longe de casa


Semana muito boa aqui em Leiria, muitas caminhadas, voltei a dar algumas corridas, pois estava sentindo falta desta hábito. Minhas aulas estão sendo bem produtivas, a não ser os trabalhos, que nos roubam algum tempinho, mas vou tomar cuidado, pois estudar, posso deixar para quando voltar ao Brasil! :D

Visitamos a Capela de Nossa Senhora da Encarnação, que fica no alto de um morro, aqui mesmo em Leiria. Da capela pode-se ver boa parte da cidade. Foi nesse lugar que resolvemos gravar um vídeo, cantando uma música que expressa a nossa situação em relação às pessoas queridas que deixamos a milhas e milhas distantes, no Brasil. Confere abaixo:



No dia seguinte, um lindo domingo ensolarado e quente, combinamos um pique nique num parque da cidade. Foi um dia bem tranquilo, comemos frutas, sanduíches e um bolo saboroso feito pela nossa amiga Camelia, da Romênia, que fala muito bem português. Não poderíamos deixar faltar a música, relembrando alguns clássicos da nossa música brasileira.

Espero que todos estejam bem ai no Brasil, sinto muita saudade, mas a saudade é boa, nos fortalece. Precisamos ter a consciência de que nada é para sempre, por isso quero tirar de cada sensação o máximo que eu puder, tornando esses segundo, momentos eternos.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Algumas cenas


Minhas primeiras aulas estão sendo fiches (legais), já pude assistir a todas e creio que vou gostar. Algo muito interessante ocorreu numa aula. Tivemos um trabalho em grupo, que deveria ser apresentado, então meus colegas acharam que seria legal eu ler, pois me disseram que todos iam se calar. Dito e feito, quando comecei a ler, não se ouviam mais murmurinhos, nem respirações, todos estavam prestando atenção no sotaque estranho de brasileiro, como dizem aqui, no português açucarado. Ao final, li algo engraçado que escrevemos, e o silêncio se quebrou como gelo, em belas gargalhadas com sotaque português!

Fui até a cidade de Batalha, com uns amigos que fiz na residência, inclusive um deles brasileiro, Gui, um cara muito gente fina, que dá uma força para nós. A cidade é conhecida pelo Mosteiro Santa Maria da Vitória, um dos patrimônios mundiais da humanidade pela Unesco. Foi o motivo da nossa ida a cidade. O Mosteiro é gigantesco e exibe muita beleza em sua arqutetura gótica. Mas não conseguimos visitar tudo, mas pretendo voltar para visitá-lo novamente.

Tive o privilégio de ir a um jantar com meus colegas de curso, que me convidaram para enturmar com o pessoal. Comi muita comida típica portuguesa, como bacalhau com alho, migas (misturados de feijão, couve, pão, batatas), arroz com feijão (servido mistura num mesmo recipiente) e um creme de amêndoas para sobremesa, sem falar no vinho tinto para acompanhar, alguns goles de vinho do Porto, que é realmente uma deliçioso e bem alcoólico, encerrando com um shot de bagaço (tipo de aguardente). Durante a refeição, os portugueses cantavam algo como um hino, ao final falavam um nome, e essa pessoa tinha de virar o copo, estando cheio ou não. Imaginem se não ia sobrar para o brasileiro!

Estão acontecendo coisas boas aqui, praticamente tudo dando certo, mas mesmo assim, sinto boas saudades da minha gente, por isso, quero desejar muita positividade pro meu povo! Até breve!

sexta-feira, 11 de março de 2011

Por onde andei...


Iniciei a segunda semana em Leiria, fazendo algo que não faço a muito tempo, ir a uma missa, o que não significa que não agradeço muito por tudo o que tenho. Fui convidado e achei que seria muito interessante participar de uma missa em português de Portugal. Nesta noite havia um coral a se apresentar, foi realmente muito "giro" (expressão portuguesa para bonito). A igreja era de São Francisco, uma pessoa muito importante para o mundo, no que se refere a humildade, paz e amor. Admiro muito a historia de vida deste homem, apesar de não idolatrar a santos. Por coincidência, estava com uma pulseira que possui um "tau", símbolo franciscano, que ganhei quando estudava no Colégio Santo Antônio.

No outro dia estava determinado a encontrar lojas de instrumentos musicais, pois pretendo comprar um violão, uma vez que os preços sejam muito menores do que Brasil. A cada dia que passa, sinto uma tremenda falta das seis cordas, onde consigo expressar da melhor maneira possível, o que estou sentindo, porém, o bandolim vem quebrando um galho até então.

Terça-feira fomos passear na noite de Leiria, seguimos o conselho das colegas que já regressaram ao Brasil, de ir ao bar marroquino tomar um chá. O ambiente era bem aconchegante, com velas, música, pinturas e objetos que remetiam a cultura marroquina. Pedimos um chá, que era servido em um bule, lembrava uma lâmpada mágica, porém, era caro e não tinha algo muito especial, mas foi interessante. Acabamos mudando para a cerveja com amendoins para encerrar a noite fria. Lembrando que a cerveja é uma das bebidas mais baratas da ementa (cardápio).

Tive minhas primeiras aulas nesse semana, foram bem tranquilas, apesar da língua não ser tão fácil de compreender. Os alunos parecem iguais aos da Univates. Sinto muita falta dos meus colegas brasileiros, mas tenho que levar da melhor maneira possível a minha experiência aqui, acredito que será muito produtiva.

E o Carnaval? Aqui também é celebrado o Carnaval, e para nossa alegria, um feriadão! Isso significa viajar, o próximo destino será a capital, Lisboa. Saímos atrasados, mas conseguimos pegar outro ônibus, já que estamos a 1hs e 20min de Lisboa, os ônibus são frequêntes. Chegando lá, fomos muito bem recebidos na casa do Juninho, primo da Dani, minha colega de intercâmbio. Além de hospedar 5 pessoas no seu apartamento, ele fui nosso guia pela cidade, nos deu algumas dicas de lugares legais para visitar. O primeiro lugar foi o Panteão Nacional, uma enorme catedral, e perto dali, conhecemos a "feira da ladra", uma especie de brick onde se pode encontrar muitas coisas, de antiguidades a souvinires, como também, pessoas muito diferentes, de todos os lugares do planeta. À noite uma janta no capricho prepara pelo anfitrião. No segundo dia em Lisboa, fomos ao Zoológico. O ingresso pareceu caro, mas foi muito emocionante assistir aos magníficos shows com os animais. Primeiro foram os leões marinhos, depois os simpáticos golfinhos e a seguir, as aves, esbanjando beleza e postura em vôos rasantes sobre nossas cabeças. Para finalizar, um passeio de teleférico sobre as jaulas de todos os animais, que apesar de serem bem tratados e possuírem uma expectativa de vida maior do que se estivessem soltos, é um pouco triste vê-los presos no Zôo, mas creio que o pessoal tem muito amor por eles e isso é muito importante para os animais. Nesse mesmo dia, foi comemorado o aniversário do Juninho, numa churrascaria cujo dono é gaúcho, da mesma região em que vivemos. Minha expectativa para a comida não era da melhores, pois pensei que só veria carnes na minha frente, mas me surpreendi com a variedade de saladas e acompanhamentos oferecidos, dispensando assim, o prato principal. Comemos bem, um pouco demais, mas foi uma noite divertida. O próximo dia foi dedicado a caminhar pelo centro de Lisboa. Passeamos por mirantes, observando aquela cidade peculiar, andamos por entre as minúsculas ruas, passando por enormes catedrais, que nos proporcionaram regressar no tempo. A seguir, começamos os preparativos para o Carnaval. A festa foi no restaurante do Juninho, estava bem animada, muito samba e algumas saudades do país do Carnaval. No último dia, mais caminhadas por Lisboa. Descobri que la viveu Santo Antônio, padroeiro da igreja onde fui batizado e da minha escola onde estudei. Visitamos a sua igreja, onde lá estavam sua cripta e o quarto onde viveu. Terça-feira retornamos a Leiria, para iniciar uma nova semana, sendo que em breve retornaremos a Lisboa, para conhece-la um pouco melhor.

De volta ao alojamento, tenho alguns planos para a semana, entre eles, encontrar um violão, programar minhas viagens e continuar seguindo o som, sem saber para onde vou, os caminhos são lindos, mas é preciso estar aberto para sentir cada momento, cada acorde desta linda melodia, que a vida toca para dançarmos!

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Descobrindo Portugal...


Depois de passar mêses incríveis com as pessoas que gostamos muito, fica difícil se despedir, mesmo que seja por um curto período, mas é preciso encarar e acreditar que isso contribui para o crescimento das relações e de nós mesmos como pessoas.

Agora aqui estou, em terras portuguesas, de onde as mais de 500 partiram caravelas para encontrar aquela linda terra, habitada por índios, o Brasil. Fico a lembrar dos últimos dias que passei no meu país, foram momentos realmente incríveis, os dias não passavam mais como normalmente, eram como semanas, como meses, pareciam os meus últimos dias de vida, e como diria meu amigo Jonas, realmente eram os últimos dias, mas vou ressucitar em breve. :) Foram momentos únicos que vivi com pessoas especiais, isso contribuiu para uma despedida um pouco confusa, fiquei um pouco perdido, talvez essa tenha sido a razão dos meus problemas estomacais que me acompanharam antes de partir, somada à ansiedade e preocupações dos meus familiares, mas agora, graças a Deus, estou me sentindo bem e pronto para aproveitar esta experiêcia da melhor maneira possível.

Saimos dia 22 de fevereiro, eu e a Taís, minha colega neste programa. Foi uma viagem bem cansativa, mas suportável, pois eram muitas novidades e a calma ia tomando conta do meu corpo novamente. Chegamos em Leiria, por volta das 19 hs do dia 23, lembrando que aqui estamos 3hs a mais do que no Brasil. Ao chegar, já encontramos os intercambistas que estavam voltando para o Brasil, que passaram otimas dicas, tanto de lugares para viajar, como de lugares baratos para comprar comida e conseguir economizar alguns trocados. Participamos de uma bela despedida, feita pelos colegas portugueses aos colegas brasileiros que partiram, onde fizeram um delicioso jantar à base de bacalhau, seguido por uma linda performance da Tuna (http://pt.wikipedia.org/wiki/Tuna) da faculdade, numa noite fria, estrelada, com sereno e muitas emoções. Percebi a grande amizade que nossos colegas fizeram no período que estiveram aqui. Após a linda homenagem, fomos ao Anubis, um bar muito frequantado pelos Erasmus, como são chamados os intercambistas deste programa que leva o mesmo nome. O bar é pequeno e estava lotado, muita fumaça de cigarro, o que não me agrada muito, mas foi possível se divertir.

A primeira semana foi de adaptação: o clima, as pessoas, os costumes, o fuso horário, entre outros fatores deste novo ambiente.

A maior parte das pessoas aqui são tranquilas e simpáticas, o sutaque me faz lembrar o tempo que morei em Florianópolis. Os colegas da pousada são muito gentis e estão sempre dispostos a ajudar no que puderem. Algo interessante são os passadores (faixas de segurança), pois basta pisar nelas que os carros param para deixá-lo atravessar a rua, mas não ouse cruzar a rua fora delas, pois o risco de ser atropelado é grande, uma vez que aqui os carros andam em alta velocidade. Os carros são, em sua maioria, de muita qualidade, até o momento não vi uma lata velha rodar pelas ruas. Encontrei um fusca, mas era muito bem cuidado.
As comidas são muito gostosas, e relativamente mais baratas que no Brasil. Estou comendo bastante aveia, os iogurtes e os pães são deliciosos, ninguém vai estranhar se você pedir um cacetinho na padaria, pois é assim que chamam aqui também!

Está fazendo frio aqui, um frio que lembra a serra do Rio Grande do Sul, mas o inverno está chegando ao fim. Não poderíamos deixar de conhecer algo que em nosso país é praticamente impossível de ver, a neve. Foi o motivo da nossa primeira viagem no sábado, a Serra da Estrela. Um lugar lindo, com cenários de filme, e é claro, muita neve! Alugamos um carro e encaramos uma longa viagem, levamos umas 6 hs, pois passamos em Peniche para pegar uma colega, Peniche é uma bela cidade do litoral portugues que pretendo conhecer melhor.
Lamentávelmente não conseguimos chegar ao topo da montanha na Serra da Estrela, a 2000m de altitude. Gostei muito daquele clima, aquelas lindas montanhas cobertas de gelo me provocavam, eu queria subir, queria sentir de perto, mas estávamos sem gasolina o suficiente para chegar ao topo. Mosmo assim, valeu muito a pena ter feito esse passeio, espero um dia voltar àquele lugar.

No domingo ficamos por Leiria, aproveitando o belo dia de sol para conhecer o castelo, situado no alto de um morro, no centro da cidade. Um castelo medieval, grande e misterioso, de onde se pode ver toda a cidade.

E as aulas? É, eu vim estudar, mas ainda estou me matriculando nas disciplinas, que começaram essa semana.

Pois, acho que é o suficiente para dar inicio a este diário de viagem, em breve estarei contando novidades, e o que eu for lembrando ao longo dos dias. Agradeço à Univates pela oportunidade de viver esta experiência, também a todos que estão no Brasil mandando energias positivas!
Desejo a todos muita paz, muito amor, positividades sempre! Siga pelo caminho que o som te levar, não forçe, deixe fluir, seja você!!

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Seguindo o som


Em alguns momentos eu posso ouvi-lo, em outros posso senti-lo, é som, é vibração. Para onde ir? Não importa, pois ele me chama pra cair na estrada mais uma vez, são as oportunidades, alguns diriam que é o acaso, mas eu digo que é o som, a vibração da vida, o caminho por onde vou seguir.
Resolvi criar esse blog para expressar um pouco da minha relação com o som e os caminhos pelos quais ele me atrai. Em menos de um mês, estarei embarcando para Portugal, numa viagem de estudos, onde estarei mais uma vez, longe da família, dos amigos, da minha casa, do meu lugar. Não é a primeira vez que isso acontece, por isso não estou tão nervoso, nem ansioso, mas algo novo me agurada e isso me deixa empolgado, como uma semente que emite um som para os elementos da natureza virem trabalhar na sua germinação, é assim que eu me sinto.
Eu gostaria de levar algumas pessoas comigo, para desfrutarem desse lugar lindo que é a estrada, mas não será possível. Farei novos amigos, em momentos estarei sozinho, mas seguirei o caminho, em busca das sementes, sentindo a vibração pura das suas essências.
Pretendo escrever esporadicamente, alguns relatos de minhas viagens e dos caminhos por onde o som me levar.
Desejo a você muita positividade, que o som te leve por belos caminhos, onde exista muita vida e muito amor!

Paz!