sábado, 18 de junho de 2011

Paris..

Fui até o Porto para pegar o avião até Paris. Lá fui recebido pelo grande amigo Marcelo, presidente da Ong Abaquar. Ao chegar, ele já me apresentou alguns pontos turísticos de Paris, que é realmente uma cidade muito linda, principalmente à noite. O Marcelo mora em Gif-Sur-Yvette, um lugar tranquilo e agradável, situado a 30 km de Paris. Foi de lá que parti na sexta-feira de manhã, para desbravar esta famosa cidade europeia.




Minha primeira parada foi na cidade universitária, onde situa-se a universidade e as residências de estudantes do mundo inteiro. A seguir, fui conhecer o cemitério Lachesse, parecia mais uma pequena cidade, com ruas, grandes túmulos, um ambiente bem tranquilo no meio do caos parisiense. Lá estão enterrados pessoas muito populares, como Alan Kardek, Sara Benhard, Chopin e Jim Morisson, sendo que só encontrei as três últimas. Com certeza a mais interessante é a do frontman do The Doors, pois havia uma árvore com várias mensagens de fãns, proteção para o público não avançar no túmulo e é claro, alguns admiradores do trabalho do cantor. Depois do cemitério, passei pelo Notredame para ver o corcunda, mas ele não estava por lá. Então fui a casa do músico Robertinho Chaves, um grande artista brasileiro que vive na França, mostrando a cultura brasileira para o pessoal daqui. Iríamos combinar sobre o show da festa do Abaquar, que aconteceria no sábado. Fiquei muito feliz em ver pessoas muito talentosas, a divulgar o melhor da música brasileira. Após o ensaio, acompanhei alguns músicos da banda, que tinham que resolver assuntos musicais. Fiquei atento ao relógio,a partir das 18 hs, o museu do Louvre estava livre ao acesso de estudantes. Então fui ao Sacré croir, onde pode-se ver toda a cidade de Paris do alto e em seguida ao museu do Louvre. O museu é realmente muito grande e lindo. Muitas obras de arte incríveis, atingindo tamanha perfeição, outras de valor histórico enorme. Dei prioridade as pintores italianos e os setores da Grécia e Egito. Na ala das pinturas, percebi um aglomerado de pessoas, em frente a um quadro pequeno em relação aos outros, o que seria? Pois era ela, a estrela do Louvre, a Monalisa. Antes de voltar para a casa do Marcelo, queria pegar um pôr do sol na Torre Eiffel. Cheguei enquanto a torre proporcionava um magnífico show de luzes, que hipnotizava muitas pessoas deitadas ao gramado do Camp de Mars, brindando a chegada da noite.




O sábado foi um dia dedicado a preparação da festa do Abaquar. Preparar a comida (feijoada, couve, caipirinha, etc), decorar o salão do castelo, montar o som, enfim, tudo que é preciso para uma boa festa brasileira, contando com a ajuda da família do Abraquar da França. A festa foi muito linda, a comida estava ótima, assim como as apresentações. Robertinho botou os franceses para requebrarem, uma bailarina dançou como se fosse um Carnaval e dois capoeiristas mostraram suas habilidades no centro do salão, até eu tive o privilégio de participar tocando algumas canções, representando o Abraquar Brasil! Sentia muita saudades do pessoal ao olhar as fotos expostas pela festa, mas em breve estarei de volta para continuar a trabalhar com meus grandes companheiros e meus alunos queridos. Ao fim da festa, um mutirão para desmontar tudo e levar de volta pra casa, deu trabalho, mas o domingo foi realmente um dia sagrado e dedicado ao descanço, estávamos exaustos, lembrando que era o dia das mães na França.




Segunda-feira eu ainda queria visitar alguns lugares em Paris, para aproveitar a luz do sol. Almoçei com o Marcelo e em seguida fui me preparando para ir ao aeroporto. Chegando lá, o susto, havia confundido o horário do vôo. Na hora que percebi isso, fiquei em choque. Então fui ver como poderia fazer para comprar novas passagens, acessei computadores do aeroporto de Beuvais (aeroporto da empresa aérea Ryanair), mas não era possível comprar passagens, pois dava erro, então resolvi comprar nos guichês, onde as passagens eram mais caras, mas eu não tinha outra opção. Me surpreendi, não somente com o preço, mas que eles não me dariam a passagem, teria de arrumar algum lugar para imprimi-la, mesmo sem conhecer nada nos arredores. Enfim, ninguém parecia disposto a me ajudar, eram pessoas frias, que pareciam máquinas que seriam desligadas ao fim do dia. No dia seguinte eu iria ao Marrocos com meus colegas brasileiros, mas estava perdendo as esperanças de conseguir chegar a tempo de pegar o avião. Tive de dormir no aeroporto, ou melhor, fora dele, onde fazia frio e estava chovendo. Não sofri em relação às condições do tempo, pois encontrei um lugar interessante para dormir, onde dormiam outras pessoas que voariam pela manhã. Realmente eu não sabia o que fazer, não tinha como me comunicar. Queria deixar aquele inferno (aeroporto), resolvi voltar a Paris na manhã seguinte. Apesar de tanto azar, resolvi pedir carona para voltar e consegui, com um marroquino. Ele se chama Ahmed e esteva levando sua irmã ao aeroporto, pois ela viajaria ao Marrocos, quanta coincidência. Foi divertido conversar com ele, que falava alguma coisa de inglês, me pagou um café e me deixou numa estação do trem, pois decidi que voltaria de comboio para Leiria. Deixei um disco de presente para meu novo amigo, pelo que fez por mim. Em Paris, as coisas estavam muito melhores, as pessoas me ajudavam, começei a falar algumas palavras em francês, pedindo informações. Me informei sobre a partida do comboio, preços e horários. Então tive de atravessar a cidade, pois os comboios para os países do sul saiam de outra estação. Fiz o caminho a pé, para me despedir da cidade, passei por bairros onde haviam muitos povos diferentes, como indianos, muçulmanos, japonêses, entre outros. Mas minha cabeça estava cheia, devido a preocupação dos dias anteriores, foi uma experiência forte para mim, em que repensei muitas coisas em relação a vida, as pessoas, o capitalismo, me xinguei muito, mas depois, estava tudo em paz, tiva sorte de ter dinheiro o suficiente para voltar, ter passado por situações agradáveis e força para encarar essa barra. Resolvi não envolver ninguém nesse erro que cometi, queria sair dessa exatamente como entrei, tentei entender o motivo de eu achar que o vôo era no outro horário, mas não achei explicação, então deixei estar, tenho que seguir em frente sem me lamentar, mudei meus planos, minhas viagens, mas esta sendo muito positivo, posso dizer que apesar de ser um desastre, me considero uma pessoa abençoada por tudo que eu passei até agora, e vai ser com esse pensamento positivo, que vou seguir os caminhos som.



Quero agradeçer e parabenizar a família Abaquar França, principalmente ao Marcelo, por ter me acolhido tão bem enquanto estive lá. Foram momentos muito lindos, que com certeza encheram meu coração de alegria e deixaram boas lembranças. Espero que a família Abaquar aumente cada vez mais, com pessoas dedicadas e com muito amor para dar e receber, pois é isso que precisamos para crescer num ambiente saudável.



Confesso que estou um pouco cansado de escrever o blog, por não levar muito jeito para isso, mas sei que meu pai e minha tia ainda costumam ver e me pedem para continuar escrevendo novidades, então quero dedicar a eles e dizer que tenho muitas saudades! Em alguns dias estou de volta :)

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