sábado, 26 de março de 2011

Longe de casa


Semana muito boa aqui em Leiria, muitas caminhadas, voltei a dar algumas corridas, pois estava sentindo falta desta hábito. Minhas aulas estão sendo bem produtivas, a não ser os trabalhos, que nos roubam algum tempinho, mas vou tomar cuidado, pois estudar, posso deixar para quando voltar ao Brasil! :D

Visitamos a Capela de Nossa Senhora da Encarnação, que fica no alto de um morro, aqui mesmo em Leiria. Da capela pode-se ver boa parte da cidade. Foi nesse lugar que resolvemos gravar um vídeo, cantando uma música que expressa a nossa situação em relação às pessoas queridas que deixamos a milhas e milhas distantes, no Brasil. Confere abaixo:



No dia seguinte, um lindo domingo ensolarado e quente, combinamos um pique nique num parque da cidade. Foi um dia bem tranquilo, comemos frutas, sanduíches e um bolo saboroso feito pela nossa amiga Camelia, da Romênia, que fala muito bem português. Não poderíamos deixar faltar a música, relembrando alguns clássicos da nossa música brasileira.

Espero que todos estejam bem ai no Brasil, sinto muita saudade, mas a saudade é boa, nos fortalece. Precisamos ter a consciência de que nada é para sempre, por isso quero tirar de cada sensação o máximo que eu puder, tornando esses segundo, momentos eternos.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Algumas cenas


Minhas primeiras aulas estão sendo fiches (legais), já pude assistir a todas e creio que vou gostar. Algo muito interessante ocorreu numa aula. Tivemos um trabalho em grupo, que deveria ser apresentado, então meus colegas acharam que seria legal eu ler, pois me disseram que todos iam se calar. Dito e feito, quando comecei a ler, não se ouviam mais murmurinhos, nem respirações, todos estavam prestando atenção no sotaque estranho de brasileiro, como dizem aqui, no português açucarado. Ao final, li algo engraçado que escrevemos, e o silêncio se quebrou como gelo, em belas gargalhadas com sotaque português!

Fui até a cidade de Batalha, com uns amigos que fiz na residência, inclusive um deles brasileiro, Gui, um cara muito gente fina, que dá uma força para nós. A cidade é conhecida pelo Mosteiro Santa Maria da Vitória, um dos patrimônios mundiais da humanidade pela Unesco. Foi o motivo da nossa ida a cidade. O Mosteiro é gigantesco e exibe muita beleza em sua arqutetura gótica. Mas não conseguimos visitar tudo, mas pretendo voltar para visitá-lo novamente.

Tive o privilégio de ir a um jantar com meus colegas de curso, que me convidaram para enturmar com o pessoal. Comi muita comida típica portuguesa, como bacalhau com alho, migas (misturados de feijão, couve, pão, batatas), arroz com feijão (servido mistura num mesmo recipiente) e um creme de amêndoas para sobremesa, sem falar no vinho tinto para acompanhar, alguns goles de vinho do Porto, que é realmente uma deliçioso e bem alcoólico, encerrando com um shot de bagaço (tipo de aguardente). Durante a refeição, os portugueses cantavam algo como um hino, ao final falavam um nome, e essa pessoa tinha de virar o copo, estando cheio ou não. Imaginem se não ia sobrar para o brasileiro!

Estão acontecendo coisas boas aqui, praticamente tudo dando certo, mas mesmo assim, sinto boas saudades da minha gente, por isso, quero desejar muita positividade pro meu povo! Até breve!

sexta-feira, 11 de março de 2011

Por onde andei...


Iniciei a segunda semana em Leiria, fazendo algo que não faço a muito tempo, ir a uma missa, o que não significa que não agradeço muito por tudo o que tenho. Fui convidado e achei que seria muito interessante participar de uma missa em português de Portugal. Nesta noite havia um coral a se apresentar, foi realmente muito "giro" (expressão portuguesa para bonito). A igreja era de São Francisco, uma pessoa muito importante para o mundo, no que se refere a humildade, paz e amor. Admiro muito a historia de vida deste homem, apesar de não idolatrar a santos. Por coincidência, estava com uma pulseira que possui um "tau", símbolo franciscano, que ganhei quando estudava no Colégio Santo Antônio.

No outro dia estava determinado a encontrar lojas de instrumentos musicais, pois pretendo comprar um violão, uma vez que os preços sejam muito menores do que Brasil. A cada dia que passa, sinto uma tremenda falta das seis cordas, onde consigo expressar da melhor maneira possível, o que estou sentindo, porém, o bandolim vem quebrando um galho até então.

Terça-feira fomos passear na noite de Leiria, seguimos o conselho das colegas que já regressaram ao Brasil, de ir ao bar marroquino tomar um chá. O ambiente era bem aconchegante, com velas, música, pinturas e objetos que remetiam a cultura marroquina. Pedimos um chá, que era servido em um bule, lembrava uma lâmpada mágica, porém, era caro e não tinha algo muito especial, mas foi interessante. Acabamos mudando para a cerveja com amendoins para encerrar a noite fria. Lembrando que a cerveja é uma das bebidas mais baratas da ementa (cardápio).

Tive minhas primeiras aulas nesse semana, foram bem tranquilas, apesar da língua não ser tão fácil de compreender. Os alunos parecem iguais aos da Univates. Sinto muita falta dos meus colegas brasileiros, mas tenho que levar da melhor maneira possível a minha experiência aqui, acredito que será muito produtiva.

E o Carnaval? Aqui também é celebrado o Carnaval, e para nossa alegria, um feriadão! Isso significa viajar, o próximo destino será a capital, Lisboa. Saímos atrasados, mas conseguimos pegar outro ônibus, já que estamos a 1hs e 20min de Lisboa, os ônibus são frequêntes. Chegando lá, fomos muito bem recebidos na casa do Juninho, primo da Dani, minha colega de intercâmbio. Além de hospedar 5 pessoas no seu apartamento, ele fui nosso guia pela cidade, nos deu algumas dicas de lugares legais para visitar. O primeiro lugar foi o Panteão Nacional, uma enorme catedral, e perto dali, conhecemos a "feira da ladra", uma especie de brick onde se pode encontrar muitas coisas, de antiguidades a souvinires, como também, pessoas muito diferentes, de todos os lugares do planeta. À noite uma janta no capricho prepara pelo anfitrião. No segundo dia em Lisboa, fomos ao Zoológico. O ingresso pareceu caro, mas foi muito emocionante assistir aos magníficos shows com os animais. Primeiro foram os leões marinhos, depois os simpáticos golfinhos e a seguir, as aves, esbanjando beleza e postura em vôos rasantes sobre nossas cabeças. Para finalizar, um passeio de teleférico sobre as jaulas de todos os animais, que apesar de serem bem tratados e possuírem uma expectativa de vida maior do que se estivessem soltos, é um pouco triste vê-los presos no Zôo, mas creio que o pessoal tem muito amor por eles e isso é muito importante para os animais. Nesse mesmo dia, foi comemorado o aniversário do Juninho, numa churrascaria cujo dono é gaúcho, da mesma região em que vivemos. Minha expectativa para a comida não era da melhores, pois pensei que só veria carnes na minha frente, mas me surpreendi com a variedade de saladas e acompanhamentos oferecidos, dispensando assim, o prato principal. Comemos bem, um pouco demais, mas foi uma noite divertida. O próximo dia foi dedicado a caminhar pelo centro de Lisboa. Passeamos por mirantes, observando aquela cidade peculiar, andamos por entre as minúsculas ruas, passando por enormes catedrais, que nos proporcionaram regressar no tempo. A seguir, começamos os preparativos para o Carnaval. A festa foi no restaurante do Juninho, estava bem animada, muito samba e algumas saudades do país do Carnaval. No último dia, mais caminhadas por Lisboa. Descobri que la viveu Santo Antônio, padroeiro da igreja onde fui batizado e da minha escola onde estudei. Visitamos a sua igreja, onde lá estavam sua cripta e o quarto onde viveu. Terça-feira retornamos a Leiria, para iniciar uma nova semana, sendo que em breve retornaremos a Lisboa, para conhece-la um pouco melhor.

De volta ao alojamento, tenho alguns planos para a semana, entre eles, encontrar um violão, programar minhas viagens e continuar seguindo o som, sem saber para onde vou, os caminhos são lindos, mas é preciso estar aberto para sentir cada momento, cada acorde desta linda melodia, que a vida toca para dançarmos!