domingo, 1 de maio de 2011

Saint James Ways - Portugal

Sai na sexta-feira rumo ao norte do país, para a cidade do Porto. Consegui uma boleia (carona) com um colega do curso de Marketing, o Dinho, que vive em Viana do Castelo, uma cidade da costa próxima ao Porto. Chegando na cidade, fui atrás de um albergue, barato de preferência. O primeiro que fui conferir, foi o mais barato que encontrei, mas li que havia residenciais mais baratos, então passei horas a caminhar pela cidade atrás de albergue, aproveitando também, para conhecer o sítio. Voltei para o albergue primeiro, cansado de caminhar, pois sairia na manhã, então precisava descansar.

Acordei as 8 horas, arrumei minhas coisas e fui para Sé do Porto, onde iniciei minha caminhada. O caminho é guiado por flechas amarelas, pintadas em lugares como postes e muros. No início já me perdi, mas voltei e dei continuidade. Passei por lugares muito giros no Porto, até alcançar as vilas e aldeias, que eram mais sossegadas para uma boa caminhada. No caminho, colhi alguns kiwis e bebi água de fonte, passei por ruas estreitas e lindo campos até chegar em Vilarinho, 22km depois, onde parei e me abriguei no primeiro albergue de peregrinos, pois estava um pouco cansado. Neste albergue, encontrei alguns peregrinos, de vários lugares do mundo, pude praticar meu inglês e saber um poucos de outras culturas.

No segundo dia, já recuperado e disposto, continuei minha caminhada rumo ao próximo destino, a cidade de Barcelos. Cruzei por pontes, e muitas paisagens rurais, já sendo comum encontrar peregrinos pelo caminho. Passei por São Pedro de Rates para carimbar minha credencial no albergue, que parecia ser muito bom. Já na cidade de Barcelos, tive alguns problemas pois não encontrei os bombeiros voluntários para me abrigarem, então perdi alguns km percorrendo a cidade, até decidir ir para a próxima, que ficava a 10km. Apesar de não me sentir disposto, encarei o caminho, percebendo que o cansaço estava na minha cabeça e não em meus pés. O próximo albergue era muito bom, fui bem recebido e haviam nele muitos peregrinos. Tinha a minha disposição um computador, violão, laranjas e tangerinas, conforto, por apenas 3€.

Sai cedo pela manhã rumo a Ponte de Lima. Meu despertador era os peregrinos, que iam acordando progressivamente, mexendo em suas sacolas e no velcro de suas roupas e mochilas. Apanhei umas laranjas e clementinas (bergamotas, quem sabe nome para outra música, hehe) e segui pelo caminho. Foi neste dia que senti vontade de cantar e gravar uma canção, inspirado pelo belo dia de sol. Creio que este foi o dia mais bonito da minha caminhada, assim como a vila de Ponte de Lima, a mais antiga de Portugal, que possuía lindas praças floridas e construções preservadas. O albergue era muito bom, uma boa recepção dos voluntários que lá trabalham. Duas peregrinas me ofereceram pasta com molho de tomate e feijão, pois fizeram demais, então comi e paguei lavando a louça.

A continuação do caminho no dia seguinte foi acompanhada da chuva, seria o primeiro dia de uma semana chuvosa. Mas isso não impede um peregrino de continuar, como também, não tira a beleza do caminho, pois o sol já havia me queimado, uma vez que faça calor durante o dia. Neste dia, tive que enfrentar um cachorro, que apesar de grande era brincalhão, mas assustava, tive de tocar uma pedra longe para ele ir buscá-la. No meio do caminho, encontrei dois peregrinos alemães, uma avó e seu neto, que já havia encontrado nos outros albergues. Segui com eles o restante do caminho, pelas montanhas num dia muito bonito, onde caminhamos pelas nuvens. Paramos no Albergue de Rubiães, que também disponibilizava conforto para os peregrinos. Após nos instalarmos, iniciou uma chuva forte, que caia por pouco tempo, enquanto ainda chegavam os peregrinos para habitar as camas do albergue.

O dia amanheceu sem chuva, porém nublado, o que seria bom para continuar a caminhada. Segui na companhia de outros alemães (haviam muitos alemães pelo caminho), um casal mais velho, mas que tinham um espírito muito jovem. Eles pretendiam chegar até a Alemanha a pé, pois estavam de férias prolongadas. São eles que aparecem no vídeo da música Raio de Sol e cantando na igreja. Cheguei em Valença, fronteira com a Espanha, para minha sorte, após a chegada iniciou uma chuva forte, mas pude me abrigar ao pé do Albergue, que estava fechado no momento. Nas ruas da cidade de Valença já se ouvia a língua espanhola. Fui até uma vila que fica dentro de uma fortaleza, onde havia muitas lojas e algumas residências.

Em breve postarei a parte do caminho português na Espanha, valeu pelos votos de positividade de todos meus queridos, estou com vocês, assim como quero que estejam comigo, vamos juntos!




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